terça-feira, 17 de julho de 2012

Manhã de Carnaval (de Orfeu Negro, Marcel Camus, 1959)



Uma das piores heranças do Cinema Novo foi ter, durante anos, relegado ao desprezo alguns filmes de realizadores que não faziam parte da "turminha". "Orfeu Negro" é um dos casos típicos. Embora a produção seja francesa, o filme foi todo rodado no Rio, com elenco brasileiro, e baseado na peça do Vinícius de Moraes. Os "intelequituais" torceram o nariz. Para eles, era um filme que mostrava apenas o "Brasil folclórico". Nunca concordei com tal julgamento, que, de qualquer modo, não é demérito nenhum. O filme é lindo. E conta com a mais bela trilha sonora da história do cinema brasileiro.
"O Pagador de Promessas", que o Anselmo Duarte adaptou da peça do Dias Gomes, é outro filme que deveria ser melhor avaliado. O cinema da Boca do Lixo, em anos recentes, vem conquistando o reconhecimento devido. Mas sempre valorizamos por aqui aquelas alegorias ruins de doer do Cinema Novo, quando não aquelas adaptações horrorosas do Nelson Rodrigues (das quais merecem destaque aquelas dirigidas pelo Neville d'Almeida, provavelmente o pior diretor brasileiro de todos os tempos).
Um dos arautos do Cinema Novo, Cacá Diegues, dirigiu justamente uma adaptação de Orfeu lá por 1999 ou 2000. É ruim demais - até a trilha do Caetano é frouxa e sem vida. Voltemos ao original.  

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